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Cuidados para evitar que a empresa seja saqueada na quarentena

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Em tempos de quarentena e de ruas quase desertas, comerciantes e empresários
buscam soluções para protegerem seus estabelecimentos, fechados em virtude de
decretos municipais e estaduais.

Alguns recorrem aos sistemas eletrônicos de monitoramento. Outros preferem
contratar empresas de videomonitoramento 24 horas, enquanto muitos optam por
pagar vigilantes que fazem rondas noturnas de moto.

Seja qual for o modelo adotado, o importante, na opinião do especialista em
segurança patrimonial Heverton Guimarães, é adotar medidas de proteção que levem
em conta as características e a localização de cada empreendimento.

“A situação de quarentena guarda certa semelhança com os períodos de férias,
quando os roubos e invasões aumentam em torno de 15%. No entanto, como as
pessoas estão confinadas em suas residências, os delitos passam a ser mais
direcionados para os comércios e empresas”, afirma Guimarães, que também é um
dos fundadores da SuperSeg Brasil, franquia especializada em sistemas de
segurança eletrônica.

 

Mais visados por bandidos

Entre os empreendimentos, o especialista em segurança aponta as lojas de rua e os
barracões – que servem tanto como depósitos quanto como empresas ou pequenas
fábricas – como os imóveis mais visados por bandidos.

Em uma loja de rua, segundo Guimarães, é muito mais fácil e rápido vandalizar uma
vitrine e roubar as mercadorias em comparação com uma loja localizada em um
shopping center, por exemplo.

 

15% durante quarentena

“Já nos barracões, especialmente aqueles localizados em lugares mais isolados,
sem vizinhança ou periféricos, o bandido dispõe de mais tempo para arquitetar uma
invasão, o que lhe dá certa vantagem. Note que o vetor em comum nessas duas
situações é o tempo”, explica.

 

Dicas de proteção

Entre as inúmeras dicas de proteção, algumas delas, de acordo com Guimarães, são
fundamentais. A primeira é utilizar sistemas de monitoramento eletrônico, como
alarmes, câmeras, sensores de presença, entre outros.

Esses sistemas podem ser tanto automonitorados, quanto feitos por meio de
empresas terceirizadas com monitoramento externo 24 horas. O vigilante de moto, se
bem preparado, também ajuda nesse sentido.

Controle biométrico e fechaduras inteligentes – que dispensam o uso de chaves – são
outros dispositivos tecnológicos que auxiliam na proteção patrimonial.

As condutas e hábitos das pessoas também são importantes para aumentar a
segurança. Uma das medidas é a utilização de travas que só possam ser
manipuladas pelo lado de dentro dos estabelecimentos. “Isso retarda a ação
delituosa”, diz Guimarães.

É prudente sempre desconfiar de pessoas que solicitem adentrar o imóvel citando
motivos de manutenção, prestação de serviços ou se identificando como agentes de
saúde. Exigir algum tipo de identificação ou certificação desses profissionais é
fundamental.

Em caso de árvores ou arbustos localizados perto de portas e janelas, é
recomendável mantê-los podados. Muitas árvores costumam ser utilizadas como
esconderijos ou como meio de acesso para adentrar nos estabelecimentos, como
uma escada.

Substituir lâmpadas externas queimadas, instalar olho mágico e cerca elétrica, e
evitar portas de vidro em áreas que se conectam a pátios ou jardins também reforçam
a segurança.

“Evite se expor demasiadamente em redes sociais com comentários sobre viagens
ou férias”, aponta Guimarães.

 

Mínimo contato físico

Com o coronavírus, qualquer equipamento que minimize contatos físicos entre
pessoas ou mesmo com superfícies e objetos de uso coletivo, são alternativas
interessantes de proteção.

Na área de segurança patrimonial, segundo Guimarães, existem opções que se
encaixam nesse perfil. Entre elas estão os acionadores de portas e portões por
infravermelho ou QR Code, monitores de proximidade, leitores faciais, etiquetas para
veículos, além das portarias remotas para condomínios, que não deixam o porteiro
exposto e evitam o contato do mesmo com os condôminos.

 

ACSP fará interlocução

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) está preocupada com a segurança
dos seus associados e do comércio como um todo durante o período de quarentena.

De acordo com o economista da entidade, Marcel Solimeo, já há relatos de saques
em estabelecimentos comerciais. “Há uma preocupação de que, com o
prolongamento das restrições, esses casos possam se tornar mais rotineiros”, afirma.

Uma alternativa para aumentar a segurança, segundo Solimeo, seria a adoção de
ações conjuntas entre os comerciantes, como a instalação de câmeras em ruas ou
polos comerciais, de forma a criar uma “rede de proteção”, que poderia envolver
também vizinhos e grupos comunitários.

Outra iniciativa é aproveitar a capilaridade e a representatividade de cada uma das
15 distritais da ACSP para que elas sirvam de interlocutoras dos comerciantes e de
suas demandas junto à polícia em suas respectivas áreas de atuação.

Muitos dirigentes e conselheiros das distritais, inclusive, fazem parte dos Conselhos
Comunitários de Segurança (Consegs) dos bairros.

(Diário do Comércio).

 

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